segunda-feira, 29 de abril de 2013

Mulungu

O Mulungu ou candelabro é uma linda árvore que habita a transição da Mata Atlântica para o cerrado que possui belas flores vermelhas. Suas sementes, que também tem colorações avermelhadas, são encontradas no interior de vagem retorcidas. 

Você sabia que a madeira dessa árvore é muito utilizada por artesão de todo o Brasil para produzir os famosos "mamulengos"?

Veja o tema no link http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/biodiversa/com-mulungu-mamulengo-e-moleza/

 




E você conhece alguma história legal que envolva o mulungu? Quer compartilhar? Use os comentários, ok?

Abraços, Tito Tortori

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Projeto MUDAMATA!

Como tudo começou...

No início de 2009, nossa escola (EDEM) se mudou para um grande casarão, em Laranjeiras,
onde funcionou durante muitos anos um antigo colégio de freiras.

O terreno se caracteriza por apresentar diversos jardins espalhados no entorno do prédio.
Desde o início de nossa ocupação, percebi, enquanto biólogo, algumas espécies que me pareciam "suspeitas" uma vez que eram plantas ornamentais exóticas.

Inicialmente, comecei intuitivamente a pesquisar sobre plantas tóxicas.
Tema que até então só povoava, confesso, meus conhecimentos prévios, devido aos alertas que meus pais, avós, tios e conhecidos me faziam desde os meus imemoriais tempos de infância.

"Menino, não toca nessa aí que é 'comigo-ninguém-pode'"!
"Que tomate que nada, isso aí é 'arrebenta-cavalo'"!
"Não, você não pode brincar de espada com a 'espada de são jorge'"!
"Só pode brincar de 'comidinha' com as plantas que a gente conhece!"

Essas e outras afirmações povoam as lembranças da infância e compõem boa parte
nossos "saberes" atuais sobre plantas tóxicas.

A partir dessa primeira observação, percebi que apesar de ser formado em biologia,
meus conhecimentos estavam todos ao nível do senso comum. Saí a pesquisar e, o que descobri, me motivou a pesquisar e ampliar essa parte empírica de conhecimentos. E as minhas pesquisas realmente me estarreceram: estávamos cercados de plantas tóxicas! E eu nunca tinha percebido isso.

 Mas, isso não é um problema nosso específico...Todas as casas, apartamentos e prédios que tem plantas ornamentais exóticas estão repletos de "problemas" potenciais.

Surgiu então a ideia de iniciar, sem alarde, um processo de gerenciamento de plantas tóxicas.
 Foi criado um blog específicamente para essa temática que pretendíamos manter em constante atualização, mas isso infelizmente é mais um desejo do que realidade.


Já em 2012....

... mobilizados pela mostra de Ciências da EDEM e tendo como pano de fundo a Rio +20, nós investimos em temáticas vinculadas à biodiversidade.
Naquele momento, fazia todo sentido iniciar a produção de mudas de espécies nativas. Surgia o primeiro obstáculo...Como saber exatamente quais são as espécies nativas?

Foi então que começamos a frequentar grupos de discussão sobre o assunto e a realizar pesquisas para ampliar nosso conhecimento.

Mas também surgiu uma outra questão... onde encontrar sementes dessas árvores?

Algumas poucas já eram conhecidas, mas à medida em que a lista crescia, era necessário obter sementes das árvores nativas para que ampliássemos a diversidade de mudas plantadas.

É importante saber que a arborização de rua no Rio de janeiro privilegiou, até pelo menos a virada do século XXI, espécies exóticas. Assim, não é comum encontrarmos espécies nativas "dando sopa" em nossas calçadas...

Contudo, com o tempo, alguns exemplares começaram a ser identificados e acompanhados para fornecer sementes. A compra pela internet em empresas fornecedoras ajudou em parte. Mas boa parte da diversidade veio da coleta direta e da troca de sementes pelo grupo de discussão que participamos.
Encerramos o ano passado produzido mais de 300 mudas de 30 espécies diferentes da Mata Atlântica!


Apesar do final do projeto em 2012, nós demos continuidade à produção de mudas nativas. A Mata Atlântica está perdendo sua área (está reduzida a menos de 7%) e, além disso, está perdendo a sua diversidade!

Então, a ideia é continuar produzindo mudas para devolvê-las ao lugar que lhes pertence - A Mata Atlântica!

Com isso surgiu a proposta de usar o espaço da escola como um território de "embate"... Nas muretas dos corredores internos, nós produziríamos mudas da mesma forma que as plantadas no parapeito do meu apartamento!

 Paralelamente, essas mudas vão ser usadas como um objeto de aprendizagem, servindo para comunicar aos alunos, professores, pais e comunidade, informações sobre essas mudas como o nome vulgar, o nome científico, características etc.

Por exemplo, você conhece o mulungu? Ou o manduvi? O guapuruvu? O biricó de macaco? E, ainda, o sabão de soldado? para saber, acesse o blog do MUDAMATA!

Tito Tortori, professor de Ciências da EDEM